Está obra é fruto de uma pesquisa que analisou a relação entre a memória das mulheres, a participação e a educação no contexto dos assentamentos de reforma agrária na região de Sorocaba, tendo como objeto de estudo as memórias. Memórias que desvelam como a luta das mulheres assentadas assume um lugar de resistência cotidiana transformando as diferentes formas de opressão na luta por um modelo de educação que supere as desigualdades através da democratização do acesso ao conhecimento, propondo um modelo de produção que priorize a defesa da vida e da natureza. Foram realizadas quatro entrevistas de História Oral Temática, cujos temas foram: trabalho, educação, participação e política. Essas memórias revelaram o processo de participação das mulheres assentadas e Sem Terra, que desvelaram uma história de liberdade clandestina, envolta nos enigmas nas entranhas da participação restrita, da política, da educação e do trabalho que se consubstanciaram dialeticamente por meio da sua experiência. Conclui-se que essas memórias ressignificaram as perspectivas de gênero e classe como forma de interpretar e manter a resistência e as lutas no cotidiano de quatro assentamentos que estão na região de Sorocaba.